segunda-feira, 30 de março de 2009

Pensamentos de um amigo...

"Nos últimos anos, desde que optei pela vida que levo, tenho observado o comportamento das pessoas com relação à sua vida conjugal.Não que eu seja um "fofoqueiro de plantão” (eu não gostaria de ser visto dessa forma), mas sim, um estudioso do tema.
Sou um profissional de Segurança Pública e desempenho minha profissão em um universo de cerca de 500 homens (trabalho num batalhão de polícia). Lido com muitas pessoas e tenho gabarito suficiente para falar sobre o que aflige a maioria dos casais que convivem por mais de seis anos juntos (esse tempo pode variar), mas fato concreto e incontestável é que mais cedo ou mais tarde o casal será atingido por um mal irremediável que conduz todo relacionamento a uma ida sem volta - o desgaste.
É esse o tema que procuro aqui abordar, sempre sob um ponto de vista de questionamentos, afinal, cada relação tem suas peculiaridades, portanto, não podemos afirmar através de fórmulas pré-concebidas, a alavanca que impulsiona cada caso de amor a ter um fim.
Quero ser o mais claro possível nessa dissertação, à cerca do relacionamento conjugal, mas, nem por isso, quero trafegar na contra-mão dos grandes POETAS que há séculos, sabiamente definem o mais sublime dos sentimentos humanos - "O AMOR"; Afinal, o amor nunca deixará de existir, sempre caberá espaço para esse sentimento que se manifesta das mais diversas formas, desde o amor de uma mãe por seus filhos, quanto o amor EROS, de uma mulher por um homem, ou vice-versa.É justamente desse amor que quero falar, o amor que move paixões e movimenta a humanidade ao longo da história humana.

E o que seria esse tal amor?

Assim o definiu o poeta:

“O amor é fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente
Um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer...”.


Então, se esse sentimento é tão sublime, tão necessário à existência humana, porque tende a se desgastar com o tempo?
A culpa não é do amor, e sim, como já ouvi falar, do canal por onde flui o amor.
Tentemos responder a essa pergunta:
Hoje pela manhã enquanto dirigia meu carro para o trabalho, me veio à mente uma bela canção da MPB, interpretada por MARIA BETHÂNIA.
A letra diz:

“Primeiro você me azucrina, me entorta a cabeça”.
Bota-me na boca um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas, assim meio pedindo.
Querendo ganhar um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo engulo, reflito, estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, e eu vou perguntando:
Até quando?
São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo
Arrazando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
Não quero a razão, pois eu sei o quanto estou errada
O quanto já fiz destruir
Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não"



Diante desta brilhante exposição de BETHÂNIA, temos resposta para a pergunta anterior, basta para tal, que se observe o trecho da canção que diz:

"SÃO TANTAS COISINHAS MIÚDAS ROENDO, COMENDO, ARRAZANDO AOS POUCOS O NOSSO IDEAL.
SÃO FRASES PERDIDAS NUM MUNDO DE GRITOS E GESTOS, NUM JOGO DE CULPA QUE FAZ TANTO MAL..."

Surge então outra pergunta:
Porque permitimos que os relacionamentos cheguem a esse ponto de desconforto?
São pequenas coisas que somadas resultam numa separação.São coisas que passam a faltar no cotidiano e que são de suma importância para a saúde de uma relação a dois.
A seguir temos um texto que iniciei mas ainda não terminei, o qual pode nos esclarecer em alguma coisa:
A quanto tempo não beijas?
Não, não foi a esse beijo que me referi, esse beijo seco que damos e recebemos cotidianamente, fruto de uma ação mecânica cujo estalo expressa um “pronto”, fiz minha parte, dever cumprido!
Não foi o que perguntei. Talvez tenha me expressado mal, ou talvez a palavra beijo guarde um sentido mais profundo. Pelo menos aquele que veio a minha mente ao iniciar o texto, um beijo que guarda um sentido profundo, muito mais profundo que “uma ação mecânica”. Um beijo que possa traduzir o turbilhão de sensações muitas vezes esquecidas ou acorrentadas, jogadas nos porões de nossas mentes e que esquecemos de visitar.
Falo do beijo dado sem pressa, antes ou depois do fitar dos olhos, num momento de sublime encantamento, em que as almas (gêmeas), aproveitam para contar seus mais íntimos segredos...
Não importa se antes ou depois do amor, mas que haja encantamento, que seja sempre não um beijo, mas “o beijo”.
Se for no amor, antes do ato, que acelere o coração e que deixe descompassada a respiração, ou melhor, que tire o fôlego; se for depois do ato, que haja o fitar... Olho no olho...Que acalme a respiração e que traga a infinita paz, que só se alcança quando se ouve os dois corações batendo num só compasso, como que fundido numa só pessoa, no encontro de dois corpos, exauridos, mas saciados.
É...
Onde se perde a vontade de beijar ?
Em que encruzilhada da vida, em que esquina dos sentimentos?
Em que entrevero se perdem os encantos, quando se muda o querer?
Se antes o que encantava, porque hoje desaponta?
Porque, porque se transforma esperança em descontentamento?"
Assinado:Anthony

domingo, 29 de março de 2009

VICTOR HUGO

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você sesentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
Eque pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono dequem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar esofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
Eque se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

Álvares de Azevedo

AMOR

Amemos! quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu’alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!

Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d’esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minh’alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

sábado, 28 de março de 2009

Caetano Veloso e Nosso Estranho Amor

Não quero sugar todo seu leite
Nem quero você enfeite do meu ser
Apenas te peço que respeite
O meu louco querer
Não importa com quem você se deite
Que você se deleite seja com quem for
Apenas te peço que aceite
O meu estranho amor

Ah! Mainha deixa o ciúme chegar
Deixa o ciúme passar e sigamos juntos
Ah! Neguinha deixa eu gostar de você
Prá lá do meu coração não me diga
Nunca não

Teu corpo combina com meu jeito
Nós dois fomos feitos muito pra nos dois
Não valem dramáticos efeitos
Mas o que está depois

Não vamos fuçar nossos defeitos
Cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mas só pelo direito
Ao nosso estranho amor

sexta-feira, 27 de março de 2009

Arthur da Távola

AFINIDADE

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
E o mais independente.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro
retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto
no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que
as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar
a um não afim, sai simples e claro diante
de alguém com quem você tem afinidade.
Afinidade é ficar longe pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que impressionam comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento
Afinidade é sentir com. Nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado,
não para eles próprios.
Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar,
ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que
parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser,
cada vez mais a expressão do outro sob a
forma ampliada do eu individual aprimorado.

Carlos Drummond de Andrade.


E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
*
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
*
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
*
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
*
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
*
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Perdão aos portugueses mas....


"Antes dos portugueses descobrirem o Brasil,o Brasil tinha descoberto a felicidade"


Oswald de Andrade

quarta-feira, 25 de março de 2009

A Casa do Saber é um centro de debates, reflexão e conhecimento, no Rio de Janeiro e em São Paulo, que permite o acesso à cultura de forma clara e envolvente, porém rigorosa e fiel às obras dos criadores.
Site:http://www.casadosaber.com.br/interna.php?pag=quem_somos&st=rj

Marisa Monte e Paulinho da Viola...Encontro de feras!!!!

Música:Dança da Solidão

terça-feira, 24 de março de 2009

Non, Je Ne Regrette Rien(Michel Vaucaire / Charles Dumont)

Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!
Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
C'est payé, balayé, oublié,
Je m'en fous du passé.
Avec me souvenirs,
J'ai allumé le feu,
Mes chagrins, mes plaisirs,
Je n'ai plus besoin d'eux.
Balayés les amours,
Avec leurs trémolos,
Balayés pour toujours,
Je repars à zéro.
Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!
Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Car ma vie, car mes joies,
Aujourd'hui, ça commence avec toi!
***********
Não! Nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Com minhas lembranças
Acendi o fogo
Minhas mágoas, meus prazeres
Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus "tremolos"
Varridos para sempre
Recomeço do zero.

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...!
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada...
Não! Não lamento nada...
Pois, minha vida, pois, minhas alegrias
Hoje, começam com você!

Mario Quintana



"Até que um dia por astucia ou acaso depois de quase
todos os enganos ele descobriu a porta do labirinto....
Nada de ir tateando os muros como um cego.
Nada de muros, seus passos tinham enfim
a liberdade de traçar seus proprios labirintos."

sexta-feira, 20 de março de 2009

TÃO POUCO E TÃO MAL....


Amamos tão pouco e tão mal, com uma metade ou até mesmo com um quarto de nós mesmos. E amamos, no outro, alguns pedaços escolhidos, os mais conhecidos, aqueles que nos causam menos medo. É tão raro amarmos alguém por inteiro, com aquilo que nos agrada e com aquilo que não nos agrada. É tão raro sermos amados por inteiro, com nossas cavidades de sombra, com nossos dorsos de luz.
*
Jean-Yves Leloup, em O Romance de Maria Madalena: Uma mulher incomparável.

E-mail recebido....

Entramos na maturidade enganando-nos e pensando que temos controle sobre as emoções e os sentimentos. Imaginamos o coração um elemento mecânico altamente controlável.Desde quando conseguimos nos deixar somente levar pela razão? Sabemos exatamente o que é certo e errado, o que devemos ou não fazer, o que podemos ou não sentir. Conseguimos antever os resultados de nossas escolhas, pelo menos, algumas vezes. Contudo, muitas vezes, diria até, a maioria das vezes a paixão se apodera de nós como um arrastão, devastando todo pensamento lógico dedutivo, afogando todos os raciocínios vãos, desenterrando o ilógico e o impossível e arrasando com o seu cadeado emocional. Engana-se aquele que se acha imune ao efeito ciclônico da paixão que lhe faz agir como um adolescente, que lhe força a se humilhare, a mudar diante do objeto de seus sentimentos mais elevados e loucos, a se tornar infantilizado, quando se acha adulto; tímido quando é extrovertido; mudo quando é falante; covarde quando é corajoso;alegre quando é triste. Que força estranha é esta da paixão que transforma o ser mais frio, derretendo o gelo interior, queimando como uma chama ardente difícil de ser extinta...Não sei, e nem quero descobrir e analisá-la. Nâo se deve tentar explicar a paixão, somente senti-la. Deixá-la inundar seu ser intensamente. Quando a paixão se for como um vento suave, não importa o que restará, o importante é você ter amado, ter se sentido vivificado por esta chama que acendeu e aqueceu seu coração e você poderá dizer? Por esta paixão, valeu a pena ter vivido.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Mario Quintana

"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: Um estribilho antigo.Um carinho no momento preciso. O folhear de um livro de poemas.O cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
ps:Obrigada Gui!

Uma verdade?

"É possível amar e não ser feliz, é possível ser feliz e não amar, mas amar e simultaneamente ser feliz, isso seria milagre." (Honoré de Balzac)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Declaração de um amigo.....

Nossas vidas,
engraçadas,
Encontros sem agendas,
Sorrisos de palavras...
Emoções verdadeiras,
Brincadeira..?....
Que seja!!!!
*
Uma brincadeira
Que limpa a alma
Nos traz a calma
Desfaz certezas
Quebra sofismas
Navegando na liberdade
De expormos sem fronteira,
Nossos sonhos,
Nossos medos,
Nossos credos,
Nossa essência .....
de criança....
*
Poeta:Agnaldo Gonçalves

segunda-feira, 16 de março de 2009

PACIÊNCIA

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados...
Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma 'lady' solta palavrões e berros que lembram as antigas 'trabalhadoras do cais'...
E o bem comportado executivo?
O 'cavalheiro' se transforma numa 'besta selvagem' no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma 'mala sem alça'. Aquela velha amiga uma 'alça sem mala', o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é 'ansioso demais' onde ele quer chegar?
Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você?
Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai agüentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...
O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
**********************************
Autor:Arnaldo Jabor

Albert Einstein

" Se algum dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se:Se escolher o mundo ficará sem o Amor.mas se escolher o,Amor com Ele ,conquistará o mundo"

Raul de Leoni


Este petropolitano concluiu os cursos primário e secundário no Rio de Janeiro, viajando ainda adolescente pela Europa. Tornou-se diplomata em 1917. Com Ode a um poeta morto, 1919, conquistou fama nos meios literários. Pouco depois de eleito deputado fluminense, retirou-se para Itaipava, onde pretendia curar-se da tuberculose que o vitimou. Antes, publicou Luz Mediterrânea, 1922. Após a sua morte em Itaipava seu corpo foi conduzido para Petrópolis, que lhe prestou suas últimas homenagens, sepultando-o à sombra do Cruzeiro das Almas, erigindo-lhe um mausoléu e dando o seu nome a um trecho da Rua Sete de Setembro.
Mais de oitenta anos da sua morte, Raul de Leôni é venerado por seus inúmeros leitores, mas ainda não chegou às carteiras universitárias dos cursos de Letras do nosso país, onde por mérito poético, e para o bem dos estudantes da poesia brasileira, já deveria estar presente, se algum outro, menos competente e mais favorecido, não estivesse ocupando o seu lugar.

INGRATIDÃO

Nunca mais me esqueci!... Era criança
e em meu velho quintal, ao sol-nascente,
plantei, com minha mão ingênua e mansa
uma linda amendoeira adolescente.
*
Era a mais rútila e íntima esperança...
cresceu... cresceu... e, aos poucos, suavemente,
pendeu os ramos sobre um muro em frente
e foi frutificar na vizinhança...
*
Daí por diante, pela vida inteira,
todas as grandes árvores que em minhas
terras, num sonho esplêndido semeio,
*
como aquela magnífica amendoeira,
eflorescem nas chácaras vizinha
se vão dar frutos no pomar alheio...
*****************************************************************


Por:sonetista Raul de Leoni

domingo, 15 de março de 2009

O BECO


Que se passa naquele beco
onde nunca estive?
Vislumbro o muro de passagem:
sombras, manchas, rastros
de existência.
*
Quem o habita, se é que o habita
alguém, se é que o beco
existe como existem
seres e coisas que vejo?
*
Quem derrama nesse recanto do universo
o sinal de vida, a marca indelével
da matéria organizada?
*
O que existe fora do meu
alcance de vista? Quem brinca
de esconder quando relembro
o muro caiado, a rua esquecida?
*
O que não vejo, pressinto:
existe mesmo ou é extinto
para mim, ignorado
como esse beco aonde nunca fui?
*
novembro 1980
(de Sol nenhum, 1998)


Poeta:Fernando Antônio Py de Mello e Silva

sábado, 14 de março de 2009

João Guimarães Rosa


"O correr da vida embrulha tudo.A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,sossega e depois desinquieta.O que ela quer da gente é coragem"

sexta-feira, 13 de março de 2009

Marisa Montes - Segue seco - maravilhoso!!!!!!

A boiada seca

Na exurrada seca

A trovoada seca

Na enxada seca

Segue o seco

sem sacar que o caminho é seco

sem sacar que o destino é seco

sem sacar que seco é o Ser Sol

Sem sacar que algum espinho seco secará

E a alma que sacar será um tiro seco

E secará o seu destino seca

Ô chuva vem me dizer

Se posso ir lá em cima prá derramar você

Ó chuva preste atenção

Se o povo lá de cima vive na solidão

Se acabar não acostumando

Se acabar parado calado

Se acabar baixinho chorando

Se acabar meio abandonado

Pode ser lágrimas de São Pedro

Ou talvez um grande amor chorando

Pode ser o desabotoado céu

Pode ser um coco derramando

quinta-feira, 12 de março de 2009

O meu preferido de Monet - The Magpie


Vincent Van Gogh

Vincent Van Gogh é considerado um dos principais representantes da pintura mundial. Nasceu na Holanda, no dia 30 de março de 1853. Teve uma irmã e um irmão chamado Theo. Com este irmão, estabeleceu uma forte relação de amizade. Através das cartas que trocou com com o irmão, os pesquisadores conseguiram resgatar muitos aspectos da vida e do trabalho do pintor.
Principais obras de Van Gogh :
- Os comedores de batatas (1885)
- A italiana
- A vinha encarnada
- A casa amarela (1888)
- Auto-retratos
- Retrato do Dr. Gachet
- Girassóis
- Vista de Arles com Lírios
- Noite Estrelada (representada no blog)
- O velho moinho (1888)
- Oliveiras (1889)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Walt Whitman: o poeta da América


Walt Whitman, morto em 1892, foi um dos maiores poetas da América, é considerado um bardo a serviço da democracia. Ninguém como ele até então enalteceu, com versos soberbos, o regime dos Estados Unidos da América, além de ter iniciado a emancipação da literatura do seus país do costume de imitar os europeus.



"Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado,E disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos?E minha alma disse: Não, uma vez alcançados esses mundos prosseguiremos no caminho."
Walt Whitman

terça-feira, 10 de março de 2009

E-mail recebido:A Alma Simples

A alma simples é fonte de todo o contentamento.Enquanto você procura uma roupa de grife, e chora por não tê-la em seu guarda roupa, a alma se contenta em te ver com uma roupa limpa, bem passada, pois sabe que o corpo vale mais que a vestimenta.
Enquanto você sonha com uma pessoa além do natural, desenha na mente uma pessoa encantada e chora a solidão do desencontro, a alma se contenta com uma pessoa como você, com defeitos e qualidades, de carne e osso, que possa falar o que você precisa ouvir, e silenciar quando quer desabafar.
Enquanto você sonha com aquele super emprego ou cargo público e chora por não passar no concurso ou na seleção, a alma se sente bem em qualquer trabalho honesto que possa te sustentar, que possa trazer alívio para as despesas que não param. A alma não se aflige por tão pouco...
Enquanto você sonha com o amor que não deu certo, e chora o abandono do que nunca existiu, a alma se contenta com essa pessoa que já convive com você, que faz de tudo para te ver feliz e que você ainda não aprendeu a valorizar. Talvez você ainda só saiba o valor do que se perde, pois a alma valoriza o que conquistamos.
Enquanto você se perde em sonhos mirabolantes de riquezas e espera pelo prêmio milionário da Loteria, a alma se contenta com o pouco abençoado pelo suor do seu trabalho e se alegra com o que você pode repartir. A alma é sempre generosa.
Enquanto você espera, a alma idealiza, enquanto você luta, a alma incentiva, enquanto você cai, a alma ampara, e quando você desiste, a alma chora, lamenta a ilusão que cega os teus olhos.
Durante a noite, quando dormimos e morremos para a vida, ela se ergue em liberdade e mostra onde podemos chegar. Mas, por pura tolice e medo de nós mesmos, achamos que tudo não passou de um sonho, e voltamos para a aflição do dia que poderia ser muito melhor, porque nos afligimos com o que não temos, queremos o que não nos pertence, lutamos pelo que não quer mudar, choramos pelos que não reparam nas nossas lágrimas, e escondemos nossos desejos mais simples, em troca de uma ilusão do mundo.
Qual é a meta da sua alma?
Pergunte-se.
Encare-se.
Encontre-se.
Pois a alma é simples e quando está satisfeita transforma você em um ser especial, invencível e admirado por ser simplesmente você!
Preencha-se!

Ilusões do Amanhã


'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,
o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'


PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)

ps: Poesia de um aluno da APAE, 28 anos (de Ilha Solteira).Excepcional é a sua sensibilidade!!!!

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mão
se partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
por:Mário Quintana