domingo, 21 de novembro de 2010

OFÉLIA - JOHN EVERETT MILAIS


William Shakespeare


"O amor sai e entra pelos olhos"

Neide Archanjo

"Galope escancarado
à luz de outras janelas.
Porque se não agarra assim o outro
meu coração se perde."

domingo, 3 de outubro de 2010

Fernando Pessoa


Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.

Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.

Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.

domingo, 9 de maio de 2010

Vem, fale-me do Amor



Vem, fale-me do Amor
Conte-me todos os seus segredos
Seus truques e artimanhas
Como nasce o desejo?
Vem fale-me do Amor
Do calor de um beijo roubado
Dos olhares tímidos trocados
Do arrepio que o corpo senti
Vem, fale-me do Amor
Daquele recheado de carinhos
Daquele enfeitado de sonhos
Daquele que chega de mansinho
e rouba o coração para sempre
Vem, fale-me do Amor
Deste que é feito em sentimentos
Que é puro e verdadeiro
Que ultrapassa o tempo e
não tem fim

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Christine Fujiwara e Francis Ferreira

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Prefiro as Flores




Prefiro falar das Flores
Das que encantam os amores
Perfumadas e multicores
São colírios para os olhos
Rosas, Jasmins, Girassóis
Cada qual tem sua beleza
Que enfeitiçam as paixões
Nos jardins elas reinam
Absolutas, magistrais
Cenário de graça e pureza
Transmitem a paz
Fico admirando as Flores
Elas acalmam o meu coração
Com um toque de magia e com
boas vibrações

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Poetas:Christine Fujiwara e Francis Ferreira

segunda-feira, 1 de março de 2010

Juanes - Para tu amor

Boca


Boca: nunca te beijarei.
Boca de outro que ris de mim,
no milímetro que nos separa,
cabem todos os abismos.
Boca: se meu desejo
é impotente para fechar-te,
bem sabes disto,
zombas de minha raiva inútil.
Boca amarga pois impossível,
doce boca (não provarei),
ris sem beijo para mim,
beijas outro com seriedade.

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Carlos Drummond de Andrade

A PONTE DO ARCO-ÍRIS

Há no Céu um lugar chamado Ponte do Arco-Íris.
Quando morrem animais que foram muito próximos de alguém,eles vão para Ponte do Arco-Íris.
Há campos e colinas para que todos os nossos amigos especiaispossam correr e brincar.
Há comida farta, água e sol.
Nossos amigos estão aquecidos e confortáveis.
Todos os animais que estiveram velhos e doentes têm sua saúde e vigor restaurados;
aqueles que foram machucadosou mutilados estão inteiros e fortes novamente,exatamente como nos lembramos deles, em nossos sonhos sobre os dias que se foram.
Os animais estão felizes e contentes,exceto por uma pequena coisa:cada um deles sente saudade de alguém muito especial para eles,que teve que ser deixado para trás.
Todos correm e brincam juntos,mas chega o dia em que um deles subitamente pára e olha ao longe.
Seus olhos brilhantes estão fixos;seu corpo treme de ansiedade.
Subitamente ele começa a correr,se afastando do grupo, voando sobre grama verde,suas pernas o levam cada vez mais rápido.
Você foi reconhecido!
E quando você e seu amigo especial finalmente se encontram,vocês se unem num alegre reencontro, nunca se afastarão um do outro de novo.
Beijos felizes cobrem sua face; novamente suas mãos acariciam aquela amada cabeça,e você olha de novo dentro daqueles olhos confiantes,há tanto tempo longe de sua vida, mas nunca longe do seu coração.
Então, vocês atravessam a ponte do Arco-Íris JUNTOS.
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Autor desc.

Friedrich Nietzsche


"NOME DA MÃE DA MORAL:MEDO."

Mário de Andrade

"O oposto de dor é prazer.O oposto de alegria é tristeza.O oposto de felicidade é ateísmo"

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Poeta:Jorge Luis Borges

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"Ele irá por sua selva e sua manhã
E deixará seu rastro na lodosa
Margem de um rio cujo nome ignora
Em seu mundo não há nomes nem passado
E não há futuro,só um instante certo"
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

DESEJO


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.
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Por:Victor Hugo

~ Soneto 105 ~

Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
"Beleza, Bem, Verdade", eis o que exprimo;
"Beleza, Bem, Verdade", todo o sentimento;
E em tal mudança está tudo o que estimo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
"Beleza, Bem, Verdade" apenas, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.
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William Shakespeare

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

~ Soneto 17 ~

És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.
Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.
Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:
Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
William Shakespeare

Poemas Inconjuntos

Não basta abrir a janela para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia, não há árvores, há idéias apenas.
Há só cada um de nós como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo mundo lá fora.
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse, que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
*
Fernando Pessoa