quarta-feira, 3 de junho de 2009

100 ANOS DE ILUSÃO

Percorro um caminho de terra fria
Penhascos, a loucura do voo ostentam
Sem asas és apenas um ser pobre
Que estas pedras os pés atormentam
*
Um passo de cada vez
Mil e muitos na inconstante procura
Onde moram os esquecidos?
Numa cidade inventada, a Desventura?
*
Ribeiro de ausentes águas
Uma sede que seca o sentir
Um gesto preso a nuas mãos
Uma vontade que impede o partir
*
Mil caminhos
Esta viagem sem velas nem vento
Este barco na bolina das ondas
Esta chuva miúda transborda sentimento
*
Amarras prendem o gesto
Arrocham um coração que bate incerto
Uma gaivota retoca as penas com espuma
Levanta voo em rumo concreto
*
Uma flor não morre
Adormece apenas no abandono da Primavera
Uma alma reluz com o nascer de nova aurora
Um coração bate forte na doce espera
*
Pensamento de difusas formas
Olhos na procura inventada
Braços famintos do abraço
Corpo frio de mal-amada
*
Cabelos dançando no vento
Pés na procura de esquecido rumo
Chuva de contradição perversa
O castigo de um sol alinhado a prumo
*
Luz prisioneira da sombra
Ribeiro correndo ao contrário
Folha ausenta da árvore
Pedra falsa de relicário
*
Coração pulsante
Coração arrochado pela mágoa
Coração que embala a vida dos sonhos
Coração perdido nas águas de uma Lagoa
*
Assim é o teu, assim és tu
Rainha coroada pela solidão
O tempo parou em teu olhar
Tatuou em teu peito…100 Anos de ilusão…
*
Poeta:O Profeta

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