quinta-feira, 30 de julho de 2009

Solidão




Estás todo em ti, mar, e, todavia,
como sem ti estás, que solitário,
que distante, sempre, de ti mesmo!

Aberto em mil feridas, cada instante,
qual minha fronte,
tuas ondas, como os meus pensamentos,
vão e vêm, vão e vêm,
beijando-se, afastando-se,
num eterno conhecer-se,
mar, e desconhecer-se.

És tu e não o sabes,
pulsa-te o coração e não o sente...
Que plenitude de solidão, mar solitário!
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Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
Tradução de José Bento

Um comentário:

  1. Que maravilha de poesia... aliás, teu mundo aqui brilha, e tem sabor de sabedoria... Beijos. Marli (Palavras Rabiscadas)

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