quinta-feira, 24 de setembro de 2009


Fechei os olhos ao Mundo
Chamei a noite ao meu sentir
Perdi as cores da minha lembrança
Ao último pensamento pedi o partir
Na noite tudo se perde
Mora o negrume, o desvario
Um Mar ladrilhado por mil naufrágios
Uma tábua ostenta o nome de um navio
Saudade!
É nome do vapor da madrugada
Numa viagem de ausente regresso
Sem timoneiro, no rumo do nada
Adormecido corpo
Acendem-se luzes à minha volta
Um estalo e meu corpo flutua
Oiço uma melodia que não é de flauta
Estranha música, manto de notas
Tudo ganha vida, voar é possível
Para lá do lógico das coisas
Rodeiam-me figuras notáveis
Serão deste mundo a que chamo meu
Às vezes a cabeça trái uma criatura
Um luminoso sorriso de santidade
Tanto rosto de verdade tão pura
Onde estou?
Que viagem é esta santo Deus
Será que enlouqueci de vez
Ou finalmente parti para os meus?
Uma pedra que fala
Uma baleia azul voadora
Um gato de cor rosa e chapéu de côco
E uma intensa luz mesmo quando o sol vai embora
Qual Sol?!
Nem mesmo a Lua aquí mora
Apenas uma paz que me invade a alma
E que esmorece o querer ir embora
Descobri mais cores neste universo
É como se dissipasse um manto de bruma
Aquí as águas dançam em cintilante canto
Coroando tudo com diadema de espuma
Quero fazer disto a minha morada
A Deus peço a virtude a clemência
Abro os olhos, acordo
Terei viajado...Para lá da Consciência...?
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Poeta:O Profeta

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